segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
O QUE É UMBANDA ?
Embora muitos afirmem ser a Umbanda apenas uma seita derivada dos Cultos Afro-Brasileiros que deram origem aos Candomblés, na verdade, a verdadeira Umbanda, muito pouco tem a ver com ele. Nosso irmão, W.W. da Matta e Silva, por exemplo, fez extensa pesquisa visando trazer a público a origem da palavra em seu livro Umbanda de Todos Nós. Esse não é o propósito de nosso trabalho atual. Importante é frisarmos que UMBANDA foi o nome dado ao culto criado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, cujo médium era o Sr. Zélio de Moraes, em 16 de novembro de 1908, no bairro de Neves em Niterói. Destaque para o fato de que um caboclo, por ser considerado EGUN (alma de um ser que já viveu na terra ) não era entidade cultuada em nenhum candomblé. Posteriormente a coisa ficou meio confusa e criaram até os chamados Candomblés de Caboclos. Antes desta data, não há registro algum da palavra UMBANDA em qualquer seita Afro, como também ficou claro nas pesquisas feitas pelo retrocitado autor, na mesma obra e em outras. Se quisessem saber mesmo a origem da palavra, deveriam ter perguntado ao Caboclo, ao invés de ficarem especulando por aí.
O que é importante sabermos ?
Importante é sabermos que :
a) Umbanda não é culto Afro - é BRASILEIRO!.
b) A Umbanda sofreu várias modificações, tanto em seus objetivos como em sua práticas e rituais quando se mesclou e absorveu dos cultos Afro, do Catolicismo e até de filosofias orientais, certos parâmetros e conceitos básicos, a ponto de hoje entrarmos em certos terreiros ditos como de Umbanda e vermos lá os já conhecidos sacrifícios de animais e coisas equivalentes.
c) Umbanda foi o nome com que o Caboclo das Sete Encruzilhadas batizou o movimento espirítico criado por ele com regras básicas de trabalho, cujo objetivo principal seria o da "manifestação de espíritos (EGUNS NO DIZER DOS CULTOS AFRO) para a caridade".
Originariamente foram traçados planos para que três tipos de entidades pudessem se manifestar através de seus "médiuns" nas reuniões Umbandistas. Foram elas :
1) Crianças - Espíritos que teriam vivido e desencarnado nesta condição (EGUNS portanto) e que através de brincadeiras pudessem realizar trabalhos que trouxessem alegria, que despertassem o lado criança de todo ser humano - o lado puro (lembra-se do "Deixai vir a mim as crianças...?").
2) Caboclos - Espíritos que teriam vivido ou não na condição de índios (portanto EGUNS) nos primórdios da civilização(?) imposta pelos portugueses. Essa caracterização coincide com a segunda fase do crescimento do ser humano encarnado, quando ele deixa a infância, atinge a adolescência e se torna um adulto. Nessa fase, o vigor, o destemor e até mesmo uma certa destemperança são comuns.
3) Pretos Velhos - Espíritos (EGUNS) que teriam vivido ou não na condição de escravos negros, também nos primórdios da tal "civilização" imposta. A caracterização revela a terceira fase da vida do ser humano na terra - a idade madura, que neste caso revelaria também um dos principais atributos
que o homem deveria estar lutando por alcançar : a sabedoria.
A sabedoria daqueles que muito viveram e por isto, muito têm a ensinar.
Observemos que no caso dos espíritos que se apresentam como crianças, não há alusão à raça ou cor (na verdade em se tratando de espíritos esta distinção realmente não existe), mas no caso de caboclos (índios) e pretos velhos (negros), as caracterizações envolvem distin-ção de raça. Por que isso ?
Na verdade, a Umbanda verdadeira nasceu entre os humildes, e os planos de seus organizadores, visava a homenagear essas duas raças ou grupos étnicos que foram e são até hoje tão discriminadas sofrendo tantas perseguições. Uma forma também de mostrar ao "civilizados brancos" que, fossem índios, pretos, amarelos, verdes ou de qualquer outro tipo, todos, indiscriminadamente, eram e são seres da criação, e portanto, após o desencarne, as classes sociais, as cores de pele e o possível poderio econômico deixam de existir, e as lições que o espírito tem de aprender estão muito mais relacionadas ao amor, ao desprendimento e à sabedoria.
O que um bom vidente poderá enxergar (se lhe for permitido), é que não raramente, sentado ali no toco, com ares de um humilde velhinho, não está apenas um ex-escravo, mas certamente um grande sábio (preto, branco, marrom etc.) exercitando uma característica que somente os iluminados alcançaram em sua plenitude : a humildade.
Mas aí você pensa: "Por que então toda essa palhaçada ?"
Preste atenção !
Quando o Comando Superior (nome que daremos temporariamente ao Conselho Espiritual que estabeleceu as normas da Umbanda) decidiu por essas caracterizações, visava :
a) Representar as três fases por que passa o ser encarnado durante sua estada na matéria.
b) Demonstrar que crianças não fazem distinção de cor, raça ou qualquer outra, superestimando umas e subestimando outras. São espíritos desprovidos de discriminações, por serem os mais puros, (ingênuos) ou mesmo porque esqueceram-se deste preconceito daninho por ocasião da reencarnação (Graças a Deus).
c) Mostrar àqueles (dentre os quais eu mesmo) que hoje se "vestem" com uma matéria de cor clara, que mesmo perseguidos, expulsos de sua terras e escravizados, índios e negros também são seres da criação e como tal devem ser respeitados porque todos, mesmo os menos civilizados (no entender dos brancos), têm muito para aprender e ensinar.
d) Mostrar que por ser a UMBANDA um movimento espiritual brasileiro, envolveu em suas caracterizações grupos étnicos que passaram por grandes sofrimentos aqui nessas terras.
e) Mostrar que o homem evolui verdadeiramente quando vivencia em todo o seu potencial, cada uma das três etapas de sua vida e chega à idade madura dono de seus pensamentos e atos, conseguindo alcançar a verdadeira sabedoria, o que envolve muito aprendizado e prática do autocontrole, pois na medida em que vai aprendendo o significado de sua existência, consegue olhar o mundo como expectador. E aí..!
f) Permitir a manifestação de entidades familiares e/ou até mesmo grandes personalidades (no caso de serem suficientemente humildes para se apresentarem na "roupagem fluídica" de um Caboclo ou Preto Velho) quando encarnados, sem que isso traga para os médiuns e possíveis assistentes alguma perturbação emotiva.
Na verdade, essas formas de se apresentarem algumas entidades na Linha de Umbanda, visam muito mais a proteger os encarnados das perturbações emotivas que seriam provocadas nas situações em que por exemplo o médium ou assistente descobre que uma entidade que está se apresentando em um determinado Terreiro é um parente próximo seu, ou mesmo a vaidade que brota na maioria dos médiuns quando a entidade incorporante se apresenta como alguém que teve na terra uma posição de destaque ou fama (um grande pintor ou músico, reis ou princesas, por exemplo).
Por parte da entidade que se manifesta, a obrigatoriedade da caracterização faz com que o espírito seja forçado a não revelar uma situação que viveu como encarnado, tenha ela sido boa ou ruim. Não importa o que ou quem foi. O que importa é a mensagem que traz, o trabalho que vem realizar em benefício de outrem e de sua própria evolução.
Em minhas peregrinações pelos mais diversos terreiros de Umbanda e até "Umbandomblé", tive a oportunidade de presenciar curas "milagrosas" efetuadas por caboclos, pretos velhos e exús (há inclusive alguns bons livros que descrevem vários tipos de trabalhos realizados nesse sentido) sem que nenhum deles tivesse se identificado como Dr. "esse" ou "aquele". Seguindo a linha da HUMILDADE exigida pela Umbanda, todos se apresentaram de acordo com as características que adotaram desde o início de seus trabalhos. Até porque, se esses espíritos se apresentassem como Dr. ‘esse" ou "aquele", estariam se referindo a condições que tinham quando encarnados (na melhor das hipóteses), o que fatalmente demonstraria o quanto ainda estão apegados ao mundo material e às distinções sociais que ele impõe.
Raciocine comigo : De que valem os títulos obtidos na terra após o desenlace ? Aliás, quais serão os reais valores de certos títulos auferidos a tantas e tantas pessoas que já passaram e que ainda estão por aqui ? Será que um Doutor será mais bem visto aos olhos de Deus do que aquele que não conseguiu sequer aprender a ler ? Haveria justiça Divina caso isso fosse verdade ? Ou será que essa distinção só é válida aqui no Plano Terra onde os valores estão proporcionalmente ligados à situação financeira e/ou social de cada um ?
Raciocinou ?
Vamos reforçar seu raciocínio !
Se títulos e posição social fossem valores espirituais levados em conta pelo Criador, o próprio Jesus, considerado até mesmo Deus por muitos, deveria ter nascido em berço de ouro ou ter almejado durante sua breve estada na matéria, pelo menos algum cargo político de realce, não acha? E foi isso que se deu? Foi isso o que ele pregou?
Neste ponto eu torno a lembrar que, se você ainda está arraigado a conceitos e preconceitos, medos etc, não é bom que leia este BLOG, pois vamos abordar assuntos realmente polêmicos à luz da lógica e não de ERÓS ou DOGMAS. Nossa idéia é realmente tentar explicar esses "segredos" velados à luz pela ignorância e medo. Se você não se sentiu à vontade quando leu nossa primeira abordagem ao mito Jesus Cristo, então não leia o que vem pela frente. Você não está preparado(a).
Texto extraído do livro "Umbanda sem Medo Vol I" do autor desse Blog abaixo:
http://umbandasemmedo.blogspot.com/
QUAIS AS ENTIDAES DA UMBANDA:
Entidade é o nome dado a todos os espíritos que estão em uma faixa de vibração astral, boa para o trabalho na Umbanda. Conforme seu grau de evolução espiritual, esses espíritos são levados a fazer parte de uma falange (agrupamento de espíritos), a fim de atuarem, aprenderem e evoluírem espiritualmente. Lá eles permanecem até a possível volta para uma reencarnação ou a evolução para um plano espiritual superior.
Falange é um agrupamento de mais de 400 mil espíritos, que atuam em um determinado plano espiritual, ou seja, em uma determinada faixa de vibração.
Existem entidades de Alta, Regular e Baixa, faixa vibratória, e por isso elas se dividem em vários grupos: Falangeiros de Orixá, Caboclos, Pretos Velhos, Exus, Pomba-Giras, Ibeijadas e demais entidades que atuam de formas diversas. Cada falange recebe o nome de seu chefe e cada espírito dentro desta falange, atende por este mesmo nome.
Quando um médium trabalha com uma determinada entidade, ele não trabalha com um único espírito. O que ocorre é que todos os espíritos que constituem aquela determinada falange, têm uma única tônica de vibração com a qual penetram na faixa vibratória do médium, à razão de um por segundo, mantendo assim a sintonia durante todo o período que dura uma comunicação. Em outras palavras, os espíritos não trabalham isoladamente, mas "em falange", todos numa única vibração.
Embora não seja muito comum, é possivel acontecer que um mesmo espírito, embora seja uma só vibração, venha em diversas falanges, com diferentes nomes, conforme sua missão espiritual. Um espírito de certo grau de evolução pode se desdobrar na vibração, ou seja, aumentá-la ou diminuí-la, obviamente que dentro de um certo limite preestabelecido. Desta forma, essa entidade pode se apresentar ora numa faixa, ora em outra. Por exemplo: Se ela atua normalmente sob a linha do Oriente, pode num desdobramento de vibração, apresentar-se na forma de um caboclo, embora conserve também suas características essenciais.
Necessário também é, compreender-se à diferença entre hierarquia terrena e evolução espiritual. Algumas pessoas pensam que a posição hierárquica de uma entidade corresponde à sua posição na vida física anterior. Isto não corresponde à verdade porque as falanges não se agrupam conforme as raças ou costumes da vida terrena, mas sim de acordo com o grau de evolução espiritual e afinidade vibratória.
Desta forma, um espírito pode se apresentar, por exemplo, como um caboclo, apenas para ter um melhor acesso a um médium e a seus consulentes.
http://www.caboclopery.com.br/