domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sexualidade desequilibrada




Chegou-se recentemente a introduzir numa grande instituição espírita paulista o princípio do jejum sexual, mesmo para casais; marido e mulher deviam privar-se de relações impuras, se quisessem preparar-se para uma vida espiritual superior.

O tabu do sexo foi sempre um abantesma nos meios religiosos, mas isso jamais impediu os escândalos e as perversões sexuais que o Apóstolo Paulo já denunciava na Igreja de Corinto. A repressão sexual leva fatalmente a situações patológicas; sexo é lei, é lei básica da Natureza, querer reprimí-la é querer suprimir a vida. Condená-la é condenar o homem, a criatura humana, é censurar a Deus que a estabeleceu de maneira irrevogável.

Se a relação sexual é pecado, somos todos filhos do pecado; nada e ninguém nasce por geração espontânea, pois mesmo os virus, hoje indicados como prova dessa forma de geração, resultam de formas sexuais específicas das formações cristalinas. Lei dialética de síntese e reprodução, o sexo influi na manutenção de todo o equilíbrio da Natureza. A função sexual não é apenas reprodutora, mas também diretora do equilíbrio orgânico e psíquico da criatura humana; estabelecer sistemas de abstinência sexual nos Centros, como forma de comportamento espiritual para os espíritas, é simplesmente negar toda a Doutrina, que tem por fundamentos a evolução humana através da reencarnação, dos processos afetivos entre homem e mulher, da criação e educação dos filhos, da formação familial como célula básica de todas as estruturas sociais e raciais.
O celibato religioso contradiz os fundamentos da religião; é uma violência contra as fontes da vida; apague-se o sexo do mundo e voltaremos aos espaços vazios de mundos mortos na mecânica fria dos tempos anteriores à Gênese. Por isso, a História Religiosa está povoada de incubus e súcubus, os espíritos vampirescos que, durante a Idade Média atormentavam freiras e frades na suposta santidade dos mosteiros e conventos. E ainda hoje a ação desses espíritos se faz sentir por toda a parte, em manifestações espantosas que, em geral, permanecem ocultas nos arquivos da pesquisa psíquica mundial.

O Centro Espírita não pode pactuar com esses resíduos criminosos de um passado estúpido; claro que não se quer o abuso, pois isso é naturalmente condenado pelos princípios espíritas da moral evangélica. Essa moral, como vemos nos textos evangélicos, não é condenatória nem repressiva do sexo; o que ela pretende é moralizar o sexo e não condená-lo ou suprimi-lo. O ensino de Jesus a Nicodemos: "É peciso nascer de novo", o caso de Madalena, a cortezã compreendida pelo Mestre, o episódio da mulher adúltera que os hipócritas queriam apedrejar mostram de sobejo que a posição de Jesus em face desse problema era de compreensão e respeito pela condição humana.

As almas frágeis do meio espírita devem atirar no caminho a bagagem pesada, dessas condenações do passado, sem temer as ameaças do Céu nem entregar-se às fascinações da Terra. O Espiritismo esclarece a questão sexual em termos racionais, levando em conta a naturalidade das funções humanas na vida terrena; são criminosos inconscientes os que pretendem implantar no meio espírita sistemas que já mostraram sua inconveniência na própria História do Cristianismo.

Assim como o homem não regride na sua evolução, a Ciência Suprema do homem que é o Espiritismo, não pode regredir no seu desenvolvimento, tão penosamente realizado na Terra; os moralistas de vistas curtas nunca perceberam as consequências negativas de suas atitudes. A verdadeira moral não se constitui de proibições absurdas, pois estas são a negação de toda moral, em favor dos grandes surtos da imoralidade.

J. Herculano Pires

No tópico “Abster-se sexualmente – Espiritísmo” vimos sobre as mentes viciosas que se comprazem em pensamentos e imagens grotescas e conversas deletérias e da compaixão que devemos nutrir, ao invés do escândalo e da censura.

Vimos também sobre a comunicação de um espírito familiar, contida na revista espírita, que nos perguntava o que fazíamos com as revelações que nos eram ofertadas pela espiritualidade.



Ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/sexualidade/sexualidade-desequilibrada/msg130491/#msg130491#ixzz1ETf6mDdA

Abordamos um pouco mais do vampirismo sexual, conhecendo o que ocorria nos tempos antigos, principalmente em mosteiros e igrejas, aonde o celibato era quase uma castração imposta, gerando desequilíbrios imensos e portas abertas aos íncubos e súcubos demônios que agem sobre as perversões e necessidades sexuais e, por fim, vimos uma comunicação contida na revista espírita de 1860 aonde é entrevistado um espírito considerado glutão o Gastrônomo. E finalmente vimos o parasitismo, e tendência de acomodação do parasita na vítima. A lei é a mesma do parasitismo vegetal e animal.

Conferir: http://www.forumespirita.net/fe/sexualidade/abster-se-sexualmente-espiritismo/

Dando sequência:

Quem eram os íncubos e súcubos? antes de falar deles, fala Herculano Pires que o vampirismo não havia sido estudado em profundidade dentro do espiritismo por ser assunto forte e que muitas pessoas são sensíveis e vulneráveis? devemos atentar muito. Falando um pouco sobre o que seriam os tais íncubos e súcubos....

Santo Agostinho, livro 15 Cap. 23 em DE CIVITATE DEI, diz:
"É um fato de domínio público e que muitos afirmam havê-lo experimentado ou escutado pessoas autorizadas que tenham experiência disso, que os Silvanos e os Faunos, vulgarmente chamados íncubos, tem atormentado com freqüência às mulheres e saciado suas paixões. Além disto, são tantos e de tal peso os que afirmam que certos demônios chamados pelos Gauleses, Dusios, intentaram e executaram essa animalidade que, negá-lo parece imprudência."

Este texto acima não se distância em muito daquilo que aprendemos na Doutrina Espírita nos faculta como conhecimento. Plano espiritual e plano terreno interagem e co-existem.

Vejamos, se o homem ou mulher, lá do outro lado, desencarnado, quer ter sensações que não pode mais ter, devido ao seu estado etéreo, ou seja, sem matéria, como faz?

Procura os semelhantes que pensam como ele...

Muita paz.

Ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/sexualidade/sexualidade-desequilibrada/msg130491/#msg130491#ixzz1ETfrPPYr