A ORIGEM ESPIRITUAL DAS DOENÇAS - REDE AMIGO ESPÍRITA
Edvaldo Kulcheski *
A doença não é uma causa, mas sim uma consequência que é proveniente das energias negativas que circulam nos nossos dois organismos – no corpo espiritual [perispírito] e no corpo físico.
O controlo de todas as energias que recebemos e emitimos é feito através dos pensamentos e dos sentimentos. E se temos connosco energias que nos provocam doenças, é porque somos indisciplinados a nível mental e emocional. No livro Nos Domínios da Mediunidade, o espírito André Luíz explica que “assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que intoxicam os seus tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que o degradam e que se reflectem nas células materiais”.
Estamos permanentemente a receber energia vital que nos chega do Cosmos através da alimentação e da respiração assim como pelas irradiações emitidas pelas outras pessoas, para as quais também nós enviamos a energia que geramos. Assim, somos responsáveis pela emissão de energias positivas ou negativas que vamos fazer chegar aos outros, conforme aquilo que pensarmos e sentirmos pelas pessoas em causa. Daí ser essencial vigiar-se tanto os pensamentos como os sentimentos.
Géneros de doenças :
Há três géneros de doenças: físicas, espirituais e por atracção ou simbiose. As doenças físicas são distúrbios provocados, entre outros, por algum acidente, por um excesso de esforço ou por um exagero alimentar, o que faz com que um ou mais órgãos não funcionem como deve ser, criando uma indisposição orgânica.
As doenças espirituais são provenientes das nossas vibrações e ficam a dever-se à acumulação no nosso perispírito de energias nocivas que vão gerar uma auto-intoxicação fluídica. Quando estas energias descem para o organismo físico, criam um campo energético favorável à instalação de doenças que afectam todos os órgãos vitais, como o coração, o fígado, os pulmões, o estômago, etc., trazendo com elas uma fieira de sofrimentos.
As energias nocivas causadas pelas doenças espirituais, podem ter origem nas reencarnações anteriores e enquanto não forem drenadas, mantêm-se no perispírito doente.
Em cada reencarnação– ao nascermos ou já na vida intra-uterina – podemos trazer connosco os efeitos das energias nocivas que estão gravadas no nosso perispírito e estes mesmos efeitos irão agravar-se se acumularmos mais energia negativa na actual reencarnação. Enquanto estas energias continuarem a estar no perispírito, a cura total não se dará.
Quanto às doenças por atracção ou simbiose, são aquelas que chegam até nós devido à sintonização que fazemos com fluidos negativos.
O que é que uma pessoa colérica, que está sempre a vibrar maldades e pestilências, pode atrair, senão a mesma coisa? Esta atracção gera uma simbiose energética, a qual, pela via fluídica, provoca no encarnado a sensação de que está a sofrer de uma doença que, na verdade, a quem está a afectar é ao organismo do espírito que está ligado energeticamente a esse encarnado, dando-lhe a sensação de que é ele que está doente, pois sente todos os sintomas que o espírito sente. É o que se passa quando uma pessoa vai ao médico e este nada lhe encontra…
André Luíz afirma que “se a mente encarnada ainda não conseguiu disciplinar e dominar as suas emoções e, pelo contrário, alimenta paixões (ódio, inveja e/ou ideias de vingança), ficará sintonizada com os irmãos do plano espiritual inferior que vão emitir fluidos malsãos para impregnar o perispírito do encarnado e intoxicá-lo com estas emissões mentais, podendo levá-lo à doença.”
O aparecimento das doenças:
Cada um dos nossos pensamentos, emoções, sensações ou sentimentos negativo, faz com que o perispírito fique imediatamente com uma forma mais densa e que a sua cor fique mais escura, devido à absorção dessas energias nocivas. Durante os momentos de indisciplina, o ser humano mobiliza e atrai fluidos primários, e portanto, grosseiros, que se convertem num resíduo denso e tóxico.
Por causa da sua densidade, estas energias nocivas não conseguem descer logo para o corpo físico e vão-se acumulando no perispírito. Com o passar do tempo, as cargas energéticas nocivas que não forem dissolvidas ou que não descerem ao corpo físico, acabam por prejudicar o funcionamento do perispírito, pois formam manchas e placas que se agarram à superfície deste e que se vão agravar, se a carga nociva que está acumulada for aumentada com desatinos na existência actual.
Nos seus tratados didácticos, a Medicina explica que desde o nascimento físico existem no organismo humano micróbios, bacilos, vírus e bactérias, que são capazes de produzirem várias doenças humanas. Graças à quantidade ínfima de cada tipo de vida microscópica existente, não causam incómodos, doenças ou afecções mórbidas, pois são impedidos de terem uma proliferação além da “quota mínima” que o corpo humano pode suportar sem que adoeça. No entanto, quando estes germens, motivados pela presença de energias nocivas no corpo físico, ultrapassam o limite de segurança biológica fixado pela sabedoria da Natureza, começam a proliferar e a destruir os tecidos do seu próprio “hospedeiro”.
Saindo em ondas sucessivas das estruturas energéticas do perispírito em direcção ao corpo físico, estas irradiações nocivas criam áreas específicas, onde se instalam e desenvolvem as vidas microscópicas encarregues de produzirem os fenómenos que serão compatíveis com o quadro das necessidades morais do indivíduo. Estas vidas microscópicas alimentam-se das energias nocivas que chegam ao corpo físico, conseguindo multiplicar-se muito rapidamente e, por consequência, causando as doenças. A recuperação do espírito doente só se consegue, mediante a eliminação da carga tóxica de que está impregnado o seu perispírito.
Embora o “pecador” já arrependido esteja disposto a uma reacção construtiva no sentido de se purificar, não pode subtrair-se ao império da Lei de Causa e Efeito, que diz que a cada atitude corresponde um efeito de idêntica expressão, que impõe uma rectificação de aperfeiçoamento na mesma proporção. Ou seja, a pessoa terá que se esforçar para repor as energias positivas, tal como se esforçou para gerar as energias negativas que se acumularam no seu perispírito.
Eliminação das energias tóxicas
Assim e como consequência deste determinismo, o corpo físico que vestimos nesta encarnação ou outro qualquer que tenhamos numa reencarnação futura, terá inevitavelmente que ser o dreno ou a válvula de escape para eliminar os fluidos nocivos que nos intoxicam e que nos impedem de caminhar firmemente pela estrada da evolução. Durante a purificação do perispírito, as toxinas psíquicas encaminham-se para os tecidos, órgãos e zonas do corpo físico, provocando as disfunções orgânicas a que damos o nome de doenças.
Quando o espírito não consegue eliminar todo o conteúdo venenoso do seu perispírito durante uma existência física, vai acordar no Além sobrecarregado de energia primária, densa e hostil. Neste caso e devido à Lei dos “Pesos Específicos”, pode ir ter às zonas pantanosas do Umbral, onde vai ser submetido à terapia de purga obrigatória no lodo absorvente. Assim, a pouco e pouco, vai-se livrando das excrescências, nódoas, venenos e “crostas fluídicas”, que nasceram no tecido do seu perispírito por causa dos actos indisciplinados que cometeu na matéria.
Os charcos pantanosos do Umbral inferior, são do mesmo nível vibratório das manchas e das placas e é por isso que servem para drenar as energias nocivas. Apesar de sofrermos muito nestes locais, isto alivia-nos da carga tóxica acumulada na Terra, tal como também acontece ao nosso psiquismo doente que, depois de sofrer através da dor pungente, acorda e se corrige, para viver existências futuras mais educativas e menos animalizadas.
Os espíritos Socorristas só tiram dos charcos “purgatoriais”, os “pecadores” que já estão aptos a suportar uma permanência nos Postos de Socorro e nas Colónias [ou Cidades] de recuperação perispiritual, adjacentes à superfície da Terra. Cada espírito tem o seu limite relativamente ao que pode aguentar no meio desses charcos. Nessa altura, é resgatado, mesmo que ainda não tenha eliminado todas as placas, e irá reencarnar em corpos, onde limpará e drenará essas energias através de doenças que lhe irão aparecer.
A ajuda da Medicina
Como o Espiritismo não prega o conformismo, é de todo em todo lícito procurar-se a medicina terrestre que pode aliviar muito e até curar, onde tal for permitido por Deus. Se a misericórdia divina pôs os remédios ao nosso alcance é porque podemos e devemos utilizá-los para combater as energias nocivas que emigraram do perispírito para o nosso corpo físico, mas não devemos esquecer-nos que os remédios alopáticos [os tradicionais] combatem apenas os efeitos da doença. Umas vezes, as doenças exigem tratamentos prolongados; outras, é preciso ir-se até à mesa de operações, mas seja qual for o processo, tudo faz parte da Lei de “Causa e Efeito”, que nos tenta despertar para a reforma moral através deste meio doloroso. As medidas profiláticas relativas às doenças, têm que começar pela conduta mental, exteriorizando-se depois na actuação moral – conceito muito bem reflectido na antiga máxima romana “mens sana in corpore sano” [mente sã em corpo são].
Os máximos responsáveis pela convocatória de energias primárias e nocivas que adoecem o homem, são os estados de indisciplina, que dão origem às reacções do perispírito contra o corpo físico. Sentimentos tais como o orgulho, a avareza, o ciúme, a vaidade, a inveja, o egoísmo, a calúnia, o ódio, a vingança, a luxúria, a cólera, a www.geb-portugal.org Pág. 4 de 4 maledicência, a intolerância, a hipocrisia, a amargura, a tristeza, o amor-próprio ofendido e o fanatismo religioso, assim como as consequências nefastas das paixões ilícitas ou dos vícios perniciosos, são geradores de energias nocivas.
Em resumo, a causa das doenças está na leviandade com que o homem encara a sua relação com a vida. Se se fizer uma análise criteriosa ao seu comportamento, constatar-se-á que todos os sofrimentos que o afligem continuarão a existir enquanto ele não destruir as suas causas. Portanto, as soluções superficiais são enganosas. É preciso lutar-se contra todas as aflições, mas que ninguém conte com “milagres”… Por outras palavras, para se conseguir a cura integral de uma doença, é preciso que pensamento e actuação estejam sempre dentro daquilo que são os ensinamentos cristãos.
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