domingo, 13 de fevereiro de 2011

MISTIFICAÇÃO e mediunidade



“Não vá atrás de pessoas que dizem: você é médium!"

DIVALDO PEREIRA FRANCO

Não vamos atrás dessas pessoas que dizem: você é médium! Tudo isso é mistificação. Como a pessoa pode saber se a outra é médium? Não tem nenhum sinal exterior. Tudo isso é fantasia. Precisamos acabar com muita fantasia e muita mistificação que anda denegrindo o bom nome da mediunidade e do Espiritismo. A pessoa vira para nós e nos diz: "Você tem tanto número de obsessores". Como contou? Ou dizem:" Você tem três obsessores". Como é que sabe? Está no ônibus, na rua olha para nós e dizem que estamos muito carregados. Como é que sabe? São fantasias de pessoas supersticiosas e astutas para nos impressionarem. E o pior é que alguns de nós adoramos essas pessoas. A Doutrina nos ensina corretamente e nós não gostamos. Mas a essas fantasias nós damos guarida. Não há sinais exteriores de mediunidade. Só a pessoa é que sabe se é ou se não é médium. Se sente a presença dos espíritos, é médium. Se não sente, não é médium. As vezes me perguntam: "Eu sou médium?" Então respondo que não sei. A verdade é que algumas pessoas com astúcia, levam tudo para o campo da mediunidade. Dizem que sofrem muita dor de cabeça. Mas pode ser uma enxaqueca, um problema orgânico qualquer. Temos corpo e por isso há problemas orgânicos que nada tem há ver com mediunidade ou com obsessão. No entanto, muita gente por precipitação e ignorância espírita, dizem que se trata de mediunidade e tem que desenvolver. Desenvolva o que for, mas se tiver um problema orgânico continuará a ter dor de cabeça. Afinal, médium também tem dor de cabeça... Chico Xavier tinha dor de cabeça de chorar. Ivone Pereira tinha dor de cabeça ao ponto de desmaiar. Nada há ver com mediunidade. Era uma disfunção orgânica. Vai ao médico, toma remédio e fica bom. Necessitamos usar o bom-senso para acabar com essas fraudes. Quanta gente decepcionada com a mediunidade porque no começo acredita nessas pessoas, se deixa envolver e mais tarde constata com um analgésico – que não afasta obsessores – que era um fenômeno do corpo. Isso não quer dizer que os espíritos obsessores, a seu turno, não nos provoquem essa sensação. Há sensações de dor de cabeça que são de natureza mediúnica. Mas isso não quer dizer que todas as sensações sejam sinal de mediunidade. Portanto, não nos deixemos ludibriar pelos astutos.
Cuidados com os Super-Médiuns
Assim, quando alguém nos disser que temos tanto número de obsessores, perguntemos como é que ela sabe. Como viu. Ninguém vê obsessor assim. Há muita fantasia na vidência. Tenho ouvido coisas de estarrecer. Pessoas que ficaram super-médiuns da noite para o dia. Pergunto-me a quem a pessoa quer enganar... Só pode ser a si mesma! Os espíritos estão noutra dimensão. A visão é muito etérea. Tenho ouvido as pessoas dizerem que espírito tal fica comigo várias horas. Isso se dá porque são espíritos do mesmo nível. É um espírito inferior. Pode ser a mais elevada cultura da Terra, mas não é moralizada. É um espírito inferior desocupado. Outros dizem que viram um número tal de espíritos. Mas eles não ficam parados para que fotografemos. Eles aparecem como flash, como relâmpagos que a pessoa percebe-os ou não. Mas não dá tempo para contar um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez... Então devemos acabar com essas fantasias de ser médium em ponto de ônibus, em festas...
Vulgarização da mediunidade
Devemos dar a mediunidade uma dignidade, pois está tão barateada, tão vulgar. E a medida que a televisão vai popularizando, o fenômeno vai ficando tão ridículo. Perdendo as características de nobreza, de sensatez, de pudor, que deve revestir a mediunidade.Do contrário, seremos em breve, um bando de pessoas esquisitas, aderindo às posturas ridículas de perturbações, de esquisitices, a ponto de se dizer que a mediunidade tem um grande contingente homossexual. Isso são teorias psicopatas, de pessoas aturdidas. Os grandes médiuns da humanidade, na área masculina ou feminina, foram de uma sexualidade muito bem organizada. Os que têm distúrbios de comportamento estão nas mãos dos obsessores. Entraram em sintonia. Não é um problema da mediunidade. É um problema de comportamento moral. Isso é uma área de dignidade humana. A mediunidade, pelo contrário, exige um alto comportamento ético. Assim, não nos deixemos ludibriar pelas novidades e observemos Allan Kardec.
Como ajudar aqueles que estão com problemas espirituais?
Dizer ao obsedado que está sob injunção da obsessão. Nada de panos quentes, de medos, mistérios para que ele não venha a saber. Muita gente não deseja que ele saiba, mas eles não podem tomar o remédio por eles. Alegam que eles não acreditam. Então, sendo assim, ficarão perturbados até acreditar. Não há pressa. Nós não devemos ter a preocupação de fazer que os outros acreditem, pois eles irão morrer um dia e passarão a crer. Devemos ser leais com o obsedado dizendo-lhe que está sob influenciação inferior e, na condição de terapeutas, digamos-lhe o que deve fazer. Mas que deve fazer se desejar fazer. A pessoa não querendo ficar boa, não iremos ficar bons por elas. Cada qual tem que resolver o seu problema. A nossa conduta é ser coerente. Despertar o paciente dizendo-lhe o que deve realizar para alcançar a libertação e não nos envolvermos emocionalmente, pois a dívida é dele. Agir com o intelecto. A nossa emoção e o amor ajudam. Mas a dívida é da pessoa”.
Médium completo
Cada tipo de mediunidade é uma especificidade. Daí também ninguém ser o médium total em ter todas as faculdades. Isso é fantasia. Tem sim, pródromos. Quando a mediunidade começa, ela tem uma polivalência de fenômenos. Então os mentores e técnicos da mediunidade do mundo espiritual, elegem um tipo especial que lhe constitui a qualidade específica. As outras faculdades ficam em plano secundário como equipamento de ajuda do próprio médium. Chico Xavier tinha como sua mediunidade a psicografia, pois veio com a tarefa do livro. A clarividência, os fenômenos físicos, os fenômenos terapêuticos eram acessórios. Ele, por sabedoria, dedicou a vida à psicografia. Mas ele via, ouvia, mas não faziam parte do seu programa iluminativo. Ninguém pode ser detentor de tudo. Daí a especificidade, a qualificação ser uma exigência em todos os campos da vida. Na mediunidade também. (fonte: Seminário "Segurança mediúnica 2")

Este texto foi transcrito de fitas de áudio publicadas pela Livraria e Editora Alvorada e que não mais são editadas. São seminários e estudos sob a orientação do médium baiano Divaldo Pereira Franco. Não obstante o respeito de que é merecedor o nobre conferencista, a intenção da redação é apenas trazer esclarecimentos e orientações contidos no material de pesquisa, longe de qualquer sentimento de personificar ou idolatrar, pois entendemos que “a orientação das atividades espíritas vigora na própria Doutrina Espírita e não no arbítrio dos amigos desencarnados ou encarnados, mesmo aqueles que testemunhem elevada condição.” Guilherme Henrique Coutinho Conrado Dantas, responsável pelo boletim "O Verbo", do Grupo Espírita Laura Amazonas, de Aracajú (SE).

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