sábado, 12 de fevereiro de 2011
Intuição e Inspiração
Curso de Aprofundamento Doutrinário (Centro Espírita Ismael)
1) De maneira geral, o que se entende por intuição?
A palavra intuição (do latim in tueri = ver em, contemplar) significa um conhecimento imediato e direto que coloca no mesmo momento o espírito em presença de seu objeto. (1)
2) Quais são os tipos de intuição?
Intuição empírica, a intuição racional e a intuição metafísica. Pode-se falar também da intuição matemática, da intuição mística e da intuição divinatória. (1)
3) O que se entende por intuição empírica?
A intuição empírica, que nos entrega o mundo da experiência, comporta a intuição externa ou sensível (dados dos sentidos, por exemplo, uma laranja) e a intuição interna ou psicológica (fenômenos mentais conscientes relativos à vida interior). (1)
4) O que se entende por intuição racional?
A intuição racional percebe as relações e aprende os princípios primeiros que constituem a estrutura da razão. (1)
5) O que se entende por intuição metafísica? Como ela é vista pelos filósofos?
A intuição metafísica é o conhecimento direto da verdade absoluta, sem o auxílio dos conhecimentos sensíveis e racionais.
Em Descartes, a intuição é o conceito, fácil e distinto, de um espírito puro e atento, de que nenhuma dúvida poderá pesar sobre o que nós compreendemos. Em Kant, é a concepção das formas a priori da sensibilidade. Em Bérgson, é a própria essência de qualquer realidade. (1)
6) Quais são os fatores favoráveis à manifestação da intuição?
■Desejar imperiosamente solucionar o problema.
■Acumular ricos conhecimentos práticos e teóricos.
■Trabalhar e pensar longa e intensamente.
■Passar rapidamente de uma atividade à outra.
■Ter a mente flexível e aberta ao novo. (2)
7) O que distingue o conhecimento intuitivo do conhecimento científico?
Enquanto o conhecimento intuitivo se reduz a um ato, simples e individual, o conhecimento científico resulta de um processo complexo de análise e de síntese.
8) Como a intuição é vista sob o ângulo espírita?
O conhecimento intelectual se estriba na razão que mediu, pesou, dividiu, analisou, concluiu; a intuição, porém, se apóia na fé, porque somente crê e confia. O campo da razão vai até onde a inteligência alcança, mas o da intuição não têm limites, porque é o campo da consciência universal. (3).
9) O que se entende por inspiração?
Inspiração quer dizer soprar para dentro. É o estado de exaltação emotiva, de íntima e misteriosa iluminação, em que, pela intuição estética, o artista apreende o seu objeto de modo impreciso, mas em plenitude. (4)
10) É possível separar a intuição da inspiração?
Teoricamente não é difícil separar esses dois conceitos. Mas como precisar, com certeza, onde começa um e onde termina o outro? A Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, fornece-nos uma luz. De acordo com seus postulados, estamos envoltos pela presença de Espíritos, que tanto podem influenciar-nos para o bem quanto para o mal. Neste sentido, o insight de uma descoberta poderia, perfeitamente, provir do sopro de um Espírito amigo.
11) Como Allan Kardec usa os termos médium intuitivo e médium inspirado?
Para Kardec, o médium intuitivo escreve e percebe que as idéias são do Espírito comunicante; com o médium inspirado, isso não ocorre. Afirma, ainda, que o segundo é um caso especial do primeiro. Ele considera a intuição e a inspiração como mediunidade, ao contrário dos filósofos, que tratam da intuição como sendo uma abstração do próprio sujeito cognoscente. (5)
12) Relacione intuição e inspiração ao fenômeno anímico e mediúnico.
Baseando-nos nos conceitos filosóficos de intuição e de inspiração, podemos dizer que a intuição refere-se ao fenômeno anímico, enquanto a inspiração, ao fenômeno mediúnico.
(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.
(2) BAZARIAN, J. Intuição Heurística: Uma Análise Científica da Intuição Criadora. 3. ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1986.
(3) ARMOND, E. Mediunidade - Seus Aspectos, Desenvolvimento e Utilização. 17. ed. São Paulo: Aliança, 1977.
(4) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.
(5) KARDEC, A. O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores. São Paulo:Lake, [s.d.p.]
Em forma de palestra: http://www.sergiobiagigregorio.com.br/filosofia/intuicao-e-inspiracao.htm
http://sites.google.com/site/aprofundamentodoutrinario/intuicao-e-inspiracao