segunda-feira, 7 de março de 2011

Volte, mamãe



Querida mãezinha.

Sei que estou em outra vida, mas não muito distante.

Muita gente pensa que a pessoa sai da Terra e esquece tudo. Mas não é assim.

Desde que a tia irmã me trouxe para onde estou, não esqueço de você nem do papai.

Moro num parque com uma escola e muitas flores. Tenho muitos companheiros mas você está sempre em minha lembrança.

Senti tantas saudades que a tia irmã já me levou duas vezes para nosso encontro e me conduziu também até a nossa casa para ver o papai.

Mamãe, beijei e abracei a você tanto, mas você não me viu.

Notei seu rosto triste e cansado.

E quando, à noite, vi o papai, sozinho, pensando em nós, em nossa casa tão grande, chorei muito.

Volte, mamãe!

Por que não podemos viver juntos?

Em nossa casa, tudo está na mesma. As xícaras que você gosta, estão guardadas na cristaleira e nas paredes do quarto grande estão os seus quadros de rezar.

Só encontrei uma diferença.

Parece que a casa está doente, com muito frio, e aquela jarra da sala grande, em que você colocava flores, está vazia e atirada num canto.

Pode crer que o papai é muito triste sem você.

Volte, mamãe!

Penso que Deus nos reuniu para vivermos juntos.

Hoje acho que o céu é a felicidade de estarmos mais perto uns dos outros.

Volte, volte para nós.

Vou dizer uma coisa que a tia irmã me contou em segredo. Ela disse que, quando você voltar para nós, eu vou ser seu filho outra vez.

Volte, mamãe!

Muitos beijos e muitas saudades do seu filho, Betinho.

* * *

Este é um comovente apelo de um garotinho que passou para o outro lado da vida, à sua mãe que havia abandonado o lar.

Como ele mesmo falou no início, muita gente pensa que os afetos que ultrapassam a aduana do túmulo se apagam para sempre. Mas essa não é a realidade.

Os seres amados seguem vivendo. E com mais razão buscam nos lembrar os verdadeiros valores da vida, já que a vida segue além do véu da chamada morte.

Se você vive uma situação difícil, se está pensando em abandonar o lar, os familiares, pare e pense um pouco.

Será que vale a pena? Será que os seus motivos são mais fortes que a dor que a separação causará aos afetos?

A dor que impusermos aos outros voltará para nós no tempo certo.

As alegrias, a dedicação e o carinho que dispensarmos aos outros também nos plenificarão o coração, desde agora.

* * *

Muitas vezes os Espíritos Superiores permitem que nossos afetos escrevam ou falem conosco através do correio da mediunidade.

É possível a eles se comunicarem também pelos sonhos. Quando o corpo repousa, o Espírito se liberta, e, nesses momentos, entramos em contato com os que já partiram.

Redação do Momento Espírita com base em mensagem do
Espírito Betinho, psicografia de Francisco Cândido Xavier, em
reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite
de 06/03/76, em Uberaba- MG.
Em 05.07.2010.

http://www.momento.com.br/