quinta-feira, 20 de maio de 2010

chico xavier:perguntas e respostas.

Chico Xavier Pictures, Images and Photos


Moacyr Franco - A ciência cada vez mais se dedica à inseminação artificial. Eu queria saber do senhor qual é ponto de vista da espiritualidade sobre os filhos de laboratório?

Chico Xavier:

- Em diversos países, notadamente da Europa, a inseminação artificial se tornou algo de comum, mas cremos que é um assunto que se deve atribuir àqueles que se encontram descompromissados e sem nenhum vínculo para com deveres que eles não tenham.

Sabemos de senhoras de determinado país da Europa, que tendo altos vencimentos, porque são donas de uma inteligência invulgar, essas senhoras, que não se casaram, podendo pagar várias empregadas para tomar conta de um filho, acharam de bom alvitre escolherem o material que lhes pareceu mais adequado à vida delas. De modo que ficamos na expectativa sobre o assunto, num país como o nosso, em que estamos interessados em limitar os números crescentes do fator demográfico.

Momentos principais do Especial com Chico Xavier do Programa "Terceira Visão", da Rede Bandeirantes.
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É verdade que a homeopatia age no perispírito (corpo espiritual)?

Chico Xavier:

- O medicamento homeopático atua energeticamente e não quimicamente, ou seja, sua ação terapêutica vai se dar no plano dinâmico ou energético do corpo humano, que se localiza do perispírito.

A medicação estimula energeticamente o perispírito, que por ressonância vibratória equilibra as disfunções existentes, isto é, o remédio exerce duas funções enquanto atua. Por isso a homeopatia além de tratar doenças físicas, atua também no tratamento dos desequilíbrios emocionais e mentais, promovendo, então, o reequilíbrio físico-espiritual.

A explicação dada por Francisco Cândido Xavier, na verdade, confirma mensagem trazida pelo próprio Samuel Hahnemann (1755-1843), criador da homeopatia, através da médium Costel, que nenhum estudo possuía sobre a nova ciência. O texto foi psicografado na Sociedade Espírita de Paris, em 13 de março de 1863, e está inserido na "Revista Espírita", de Allan Kardec, de agosto do mesmo ano. Acompanhemos o trecho inicial:

"Minha filha, venho dar um ensinamento médico aos espíritas. Aqui a Astronomia e a Filosofia têm eloqüentes intérpretes; a moral conta tanto escritores quanto médicos. Por que a medicina, em seu lado prático e fisiológico, seria negligenciada?

Fui o criador da renovação médica, que hoje penetra nas fileiras dos sectários da medicina antiga; ligados contra a homeopatia, em vão lhe criaram diques sem número, em vão lhe gritaram: 'Não irás mais longe!'...

A jovem medicina, triunfante, transpôs todos os obstáculos. O Espiritismo lhe será poderoso auxiliar; graças a ele, ela abandonará a tradição materialista, que por tanto tempo lhe retardou o desenvolvimento. O estudo médico está inteiramente ligado à pesquisa das causas e efeitos espiritualistas; ela disseca os corpos e deve, também, analisar a alma.

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Ronnie Von - Eu quero de você, Chico, uma resposta a um angustiante dilema que nos cerca hoje - o terrível flagelo da AIDS. Como a espiritualidade vê esse mal?

Chico Xavier:

- Na condição de uma moléstia semelhante à varíola, quando a varíola despovoava cidades e efetuava milhares de desencarnações, até que a vacina pudesse debelar o mal que ela causava.

Também na AIDS temos muitas interpretações, inclusive a de que essa moléstia terá aparecido para punir as criaturas humanas. Mas não pensamos assim, porque a misericórdia de Deus paira no mesmo nível da justiça.

Estamos com um problema muito sério e, naturalmente, exige atenção dos cientistas que se dedicam à pesquisa e à realização de melhores dias para a humanidade.

Momentos principais do Especial com Chico Xavier do Programa "Terceira Visão", da Rede Bandeirantes,

São Paulo, SP, levado ao vídeo na noite de 25/12/1987.
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Tv Manchete - Por que pessoas que fazem tanto bem para a Humanidade, como a Irmã Dulce, tem uma morte tão sofrida?

Chico Xavier:

- Lembrando com muito respeito e reconhecimento a Irmã Dulce, nossa patrícia, nós perguntamos: E por que o sofrimento de Jesus no lenho? ! Ele era o guia da Humanidade e, a bem dizer, um anjo protetor da comunidade humana. É que nós necessitamos de uma interpretação mais exata do sofrimento em nosso caminho diário. Creio que todos nós devemos pagar o tributo da evolução, no agradecimento à Divina Providência dos bens que desfrutamos.

E nesse particular, se é possível, eu peço licença para recordar o meu próprio caso. Eu sempre tive uma vida normal, como a de tantos seres humanos. Entretanto, com uma labirintite que me apanhou há 3 anos, sou agora praticamente um paraplégico, porque tenho as minhas pernas constantemente doloridas e inúteis.

Mas reconheço que estou com 82 anos de existência física, a caminho dos 83, tenho muita alegria de viver e tenho muita satisfação pela oportunidade de conhecer uma doença que me priva da vida natural de intercâmbio com os próprios familiares.

Um paraplégico que se habituou a usar muletas nos visitou há dias e me perguntou: “ Chico Xavier, eu sou um leitor das páginas mediúnicas que você tem recebido... Indago a você por que é que Emmanuel, um Espírito benemérito; por que é que André Luiz, um médico de altos conhecimentos; por que é que Meimei, uma irmã que foi a professora devotada da infância e da mocidade; por que é que o Dr. Bezerra de Menezes, que continua sendo, na Vida Maior, um médico do mais elevado gabarito e que é seu amigo – por que é que eles não curam você?”

Eu disse assim: “ Meu amigo, graças a Deus, eu não me sinto com privilégio algum... A mediunidade não me exime das vicissitudes e das lutas naturais de qualquer pessoa dos nossos grupos sociais”.

Penso que essa moléstia tão longa e tão difícil é um ensinamento de que eu necessito, porque, quando chegar à Vida Espiritual, breve como espero, e algum Instrutor me perguntar: “Chico Xavier, você nunca teve uma moléstia grave que durasse longo tempo?...” Eu vou dizer:

“Sim, fiz 80 anos e, depois do dia em que completei 80 anos, começou a defasagem do meu corpo físico...” Mas isto é muito natural em qualquer pessoa, especialmente na pessoa idosa. É uma crucificação gradual e que eu necessito, para não ficar envergonhado no Além, quando eu chegar à convivência dos nossos irmãos já desencarnados... Eu quero não sentir vergonha de nunca ter sofrido...

Mas para mim isto não é sofrimento. Tenho muitos bons amigos, cultivo a amizade com muito calor humano, gosto muito da vida e sei que vou continuar vivendo... Se Jesus permitir, os médicos desencarnados lá me ofertarão, talvez, quem sabe?, alguma melhora ou, se a doença continuar, eu devo saber que é a Vontade de Deus, é o Desígnio Divino que nos deu a felicidade da vida...

Então, eu estou aqui com vocês na maior alegria e creio que nenhum escutou de mim qualquer queixa, porque estou muito bem. Não me falta alimentação, não me falta alimentação, não me falta medicina, os médicos amigos me tratam estudando a moléstia com muita atenção, me proporcionando as melhoras possíveis...

E eu continuo há 2 anos na condição de paraplégico, mas estou muito feliz e, creio eu, estou muito longe da grandeza espiritual da Irmã Dulce, não tenho nada a me queixar, e sim agradecer; eu creio que ela também terá sentido muita felicidade ao se ver libertada do corpo doente. Se ela puder – eu compreendo-, ela, sendo possível, nos auxiliará.

Transcrição Parcial da entrevista concedida à TV Manchete, de Uberaba,
Minas, em 11 de maio de 1992 - Anuário Espírita - 1995
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Paris-Match publicou que um autor que há 10 anos criticou a reencarnação, agora publica um outro falando a favor. Afirmou que os médiuns eram falhos, mas que agora é possível ouvir em equipamentos eletrônicos de grande sensibilidade a comunicação dos Espíritos e não há como negar isso.

Chico Xavier:

- Vemos com muita alegria e com muita esperança de que esse evento possa ser aperfeiçoado e assim podermos contar com a eletrônica para suplementar todas as formas de comunicação com o mundo espiritual. A palavra do autor é significativa e devemos aguardar com interesse e carinho os estudos que ele fez. O conhecimento da reencarnação vai ganhando inteligências através da parapsicologia. E essa vitória do autor pertence à coletividade humana porque é a palavra de um homem resguardada pela fé e pela inteligência.

Vamos esperar que a reencarnação seja pesquisada cada vez mais para que cheguemos às convicções espíritas cristãs e para que não restem dúvidas a respeito.

Nós, espíritas, enfrentamos uma vereda espinhosa para subir determinado monte, o monte da fé, sem esperar qualquer conforto e temos a reencarnação, como ponto pacífico. Mas, atualmente, através da ciência, está se construindo uma avenida para chegar aos mesmos resultados a que nós chegamos. Esperemos que o autor não esmoreça e que outros autores apareçam e venham a formular conosco a realidade da reencarnação, que é incontestável.


Entrevista concedida ao Dr. Rossi,

no Centro Espírita União, em São Paulo, SP,

durante o XIV Encontro da Boa Vontade, na noite de 05/10/1988.

Transcrito da Folha Espírita, S.Paulo, novembro de 1988.
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Acredita você na existência de cidades em Marte, na base de matéria diferente daquela que conhecemos na Terra?

Chico Xavier:

- Devo informar à "Folha Espírita" que antes de psicografarmos o livro "Nosso Lar", de nosso amigo André Luiz, a nossa idéia sobre qualquer cidade em outros planetas se fixava em quadros que seriam absolutamente iguais aos do nosso Plano Físico, na Terra.

Quando os amigos espirituais se reportavam a cidades em outros mundos, não possuía, de minha parte, outros padrões comparativos se não os que identificava neste mundo mesmo.

Entretanto, em 1943, quando iniciei a psicografia dos livros de André Luiz, passei a reconhecer que a matéria se caracterizava por diferentes gradações e compreendi que, em torno de paisagens cósmicas, sejam elas quais sejam, podem existir cidades e vida comunitária, em condições que nos escapam, por enquanto, ao conhecimento condicionado de espíritos temporariamente encarnados na existência física.

Entrevista dada à Dra. Marlene Rossi Severino Nobre,

em setembro de 1976, contida no livro de sua autoria

"Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita".

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Uma recém-casada, alta e magra, queixa-se de que o marido se enfureceu e ficou violento:

Chico Xavier:

- A caridade quebra a violência. Minha filha, a harmonia muitas vezes é fruto da caridade.

Texto de Sr. Fernando Worm, janeiro de 1977,
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Do livro "Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita"

Ante as lutas que surgiram ao longo do tempo, algumas vez chegou a pensar em viver a sua própria vida, deixando a mediunidade?

Chico Xavier:

- “No princípio das tarefas, estranhei a disciplina a que devia submeter-me. Fiquei triste ao imaginar que eu era uma pessoa rebelde e, nesse estado de quase depressão, certa feita me vi, fora do corpo, observando um burro teimoso puxando uma carroça que transportava muitos documentos.

Notei que o animal, embora trabalhando, fitava com inveja os companheiros da sua espécie que corriam livremente no pasto, mas viu igualmente que muitos deles entravam em conflitos, dos quais se retiravam com pisaduras sanguinolentas.

O burro começou a refletir que a vida livre não era tão desejada como supusera, de começo. A viagem da carroça seguia regularmente, quando ele se reconheceu amparado por diversas pessoas que lhe ofereciam alfafa e água potável.

Finda a visão-ensinamento, coloquei-me na posição do animal e compreendi que, para mim, era muito melhor estar sob freios disciplinares, do que ser livre no pasto da vida, para escoicear companheiros ou ser por eles escoiceado”.





Anuário Espírita (1988)