segunda-feira, 4 de abril de 2011
Psicografia usada em julgamentos
O Promotor de Justiça Silvio Brandini, da cidade de Ourinhos (SP), pediu um exame grafotécnico para confirmar se a assinatura do Espírito Paulo Roberto Pires, vítima de assassinato, é realmente a mesma da sua carteira de identidade quando vivia aqui na Terra. O motivo do pedido é uma carta, de autoria atribuída ao Espírito de Paulo Roberto e psicografada pelo médium Rogério Leite, inocentando o réu indiciado no processo, Milton dos Santos, da condição de mandante do crime. O julgamento, marcado para 17 de maio último, foi suspenso quando o advogado de defesa apresentou a carta em questão.
De fato, o Promotor está certíssimo em pedir um laudo de um perito em grafocospia para confirmar a autenticidade de tal assinatura. Lembro-me que foi esse tipo de exame que inocentou José Divino Nunes, acusado de matar seu inseparável amigo Maurício Garcês Rodrigues, em maio de 1976.
José Divino foi absolvido pelo Juiz da 6ª Vara Criminal da Comarca de Goiânia, Dr. Orimar de Bastos, com base em carta do Espírito Maurício, escrita através do médium Chico Xavier, inocentando o amigo. Mas a carta só foi aceita pelo Juiz como prova legal porque o laudo do exame grafotécnico, emitido por um perito criminal, atestou que a sua assinatura na psicografia conferia com a da sua carteira de identidade.
Como se vê, contra fatos não há argumentos, pois a autenticidade da carta do “morto” serviu de prova concreta para convencer o magistrado e os respectivos jurados da inocência de José Divino. Nessa carta, psicografada por Chico Xavier, Maurício Garcês ainda pede desculpas aos pais por ter brincado com a arma de fogo que o vitimou, e inocenta José Divino, dizendo: “meu tiro me alcançou, sem que a culpa fosse do amigo ou minha mesmo”.
No livro Lealdade, publicado pelo IDE, são apresentadas as fases do processo, do julgamento e também a carta que absolveu o réu inocente. Ele está disponível na Livraria J. de Ângelis: Rua do Catete, 347 – lj. 7. Outros casos de comprovação da identidade de falecidos, demonstrando que a alma continua a viver após a morte, estão no livro A Psicografia à Luz da Grafoscopia, do Dr. Carlos A. Perandréa, Professor de Identificação Datiloscópica e Grafotécnica da Universidade Estadual de Londrina, publicado pela Editora Jornalística Fé.
GERSON SIMÕES MONTEIRO é presidente da Fundação Cristã-Espírita Paulo de Tarso, do Rio de Janeiro, RJ, e diretor da Rádio Rio de Janeiro.