segunda-feira, 7 de março de 2011

Tempo, questão de escolha



Quanto tempo você dispensa a seu filho, em um dia? Quanto tempo você dedica para uma leitura edificante, que lhe traga elevados objetivos e lhe retempere o ânimo?

Quanto tempo você dedica à oração?

Será você um daqueles que afirma não ter tempo para nada e leva a vida de roldão? Uma verdadeira roda viva, um turbilhão?

Tempo é uma questão de escolha. Equacionar as horas de forma a tudo resolver, sem desequilíbrio, esquecimentos e correrias, é questão de administração.

Existem criaturas que surpreendem pelo tanto que realizam nas mesmas vinte e quatro horas em que nada fazemos além de reclamar da falta de tempo.

Um consagrado escritor, James Michener, que morreu em outubro de 1997, era uma dessas pessoas que sabia exatamente como lidar com o tempo.

Foi professor, revisor de livros, alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, teve histórias suas adaptadas para musicais na Broadway.

Certa vez, uma garotinha de oito anos, acompanhada de seu pai, o visitou em sua residência. Levou-lhe um livro que continha uma história que ela mesma escrevera.

O homem ocupado com tantas coisas dispôs de tempo para se sentar no sofá junto à pequena, abrir a primeira página e ler em voz alta: Focas, por Hana Grobel.

Enquanto prosseguia a leitura, o telefone tocou. Ele atendeu e ao interlocutor explicou: Estou lendo os originais de uma jovem escritora. Pediu licença e atendeu a ligação em outra sala.

Depois, tornou a sentar-se ao lado de Hana e prosseguiu a leitura.

Esse homem inacreditável fora uma criança rejeitada. Jamais soube quem foram seus pais.

Foi recolhido por uma viúva e por ela criado e amado. Jamais descobriu o local e a data do seu nascimento.

Passou toda sua vida ajudando discretamente a quem desejasse estudar, reconhecendo que sua instrução foi o que de mais precioso sua mãe adotiva lhe dera.

Dispunha de tempo para tudo e para todos. Até mesmo para uma criança que escrevera uma história minúscula em um pequeno livro.

A história é muito boa, foi seu comentário, porque no final todos ficam felizes.

Incentivar as gerações futuras era uma missão que considerava importante e a que se dedicava.

Atender a uma criança de oito anos que buscava estímulo, a um estudante de engenharia que lhe vinha agradecer a bolsa de estudos, atender a ligações de instituições de ensino que lhe solicitavam recursos, fazia parte do seu cotidiano.

Dez dias antes de sua morte, com os rins falhando, teve tempo para oferecer a uma jovem a oportunidade de estudar na Universidade do Texas, oferecendo-se para lhe custear a primeira anuidade escolar.

Mesmo lhe restando poucos dias, o seu tempo era para fazer o Bem.

* * *

Valorizemos o tempo, usando-o com propriedade. Não menosprezemos o tesouro dos minutos porque a eternidade é feita de segundos.

Utilizemos os valores do tempo e conquistemos méritos, não nos permitindo a sua desvalorização em atitude morna e inútil.

O tempo nos é dado pela Divindade para a realização da grande tarefa de transformação de nós mesmos, na jornada da perfeição.

Redação do Momento Espírita, com base em artigo publicado
na Revista Seleções Reader’s Digest de outubro/1998 e no verbete
Tempo, do livro Repositório de sabedoria, v.2, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 17.08.2009

http://www.momento.com.br/